20110211

O cheiro de capim-limão

Queria me amar e falava em fazermos amor. Mas não tinha por que fazê-lo, eu o tinha de sobra. Amor pra emprestar, dar e vender, se quiser. Bem pelo contrário, precisava extravasar o meu, me aliviar desse que está preso em mim (ou me livrar desse que me prende).
Nele parecia que o amor faltava. Desgastou-se com o tempo, foi desperdiçado ou então nunca existiu. Mas precisava dele. Ele lhe faz bem, alimenta seu casamento, não importa se vem de dentro ou de fora.

Enquanto se mantém estagnado em sua rotina consolidada e preso no seu mundinho de conveniências, eu simplesmente passava, intermitentemente, por sua vida. Constantemente à espreita e quando me aproximava, aspirava meu perfume de liberdade, meu cheiro fantasiado de libertina. Meu aroma de capim-limão, que nunca esquece. Essência da nossa loucura?

E eu, quase libertina que me tornei, te abrigava em meu calor, abraços frenéticos, meus beijos, e me envolvia nos braços desse homem insípido e inodoro que és.

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