20110222

Mudar o roteiro

Depois vem uma espécie de estupor, o mesmo de sempre, e um turbilhão abstrato dentro da cabeça, começam a surgir aos borbotões idéias e imagens, que fluem e ficam vagando na minha mente. Os pensamentos se desestruturam e lutam para encontrar algum chão.
         É um amor esquizofrênico, se debatendo para ser substituído por adrenalina, aventura apaixonada e efêmera, e insistindo em se escrever. Parece que o guardei demais e ele quer se soltar de mim, mas já não tenho certeza se não sou eu quem está presa, perdida dentro uma loucura com sentimentos obscuros, secretamente situados entre a sombra e a minha mente.
         Chega, isso teve um começo e mesmo assim parece impossível vislumbrar um fim. É um romance que vive dentro de mim, numa guerra de armas químicas, espadas e poemas. E só acabará quando todas essas personagens morrerem comigo.
         Não, não queria desse jeito, não mais. Às vezes, é preciso uma revisão, editar, reescrever, essas coisas... Mudar alguns aspectos e ter um outro ponto de vista. É isso que tinha começado a fazer.
         Vim cometendo um assassinato em série, como se fosse um psicopata plenamente confiante de seus motivos, matando todos os que estavam dando problemas. Buscando um outro quebra-cabeça, talvez. Mas sobrou uma: eu. E estou tentando me situar numa nova história. Só que dessa vez sendo eu mesma. Precisava inventar um novo eu para (me) interpretar...

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