20100314

09/07/08


Dia sombrio, e frio. Em minha companhia tinha apenas o vento, conversando com o meu pensamento. O qual estava invejando os pássaros negros voando no céu. A chuva se confundia com as finas lágrimas que rolavam impertinentes pelo rosto. Assim, talvez, ninguém perceberia. E eis que tive vontade de pedir a ele que carregasse o meu segredo consigo para sussurrar no ouvido do meu amado o que eu não ousava dizer por mim mesma. Tendo deixado isso ao seu encargo, voltei para a realidade, para pessoas que tinham muito a me dizer pessoalmente: meus mestres.
Depois estava eu perdida no vazio da minha alma, tentando preenchê-la com o mistério das árvores dançarinas lá fora... hesito em continuar nisso e olho para o lado. Me deparei com meu fantasma, na janela do outro prédio, me espiando por entre as persianas. Não reconheci de imediato, mas logo ficou claro: não era minha alma que estava vazia, eu é que estava. Afinal, ela apenas tinha fugido para o outro lado um pouco.
A essa altura já estavam me faltando linhas. Mas, no fundo, eu precisava mesmo era de linhas infinitas.

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