20130228

Quando amor vira apenas um estranho

- "...mas desentendimentos não se mantém por muito tempo, sem motivo suficiente."

- Motivo mesmo não tem, somos só instáveis e orgulhosos. Que fim vamos ter, eu não sei.
Só tem um sentimento que nunca mudou, e parece que vai permanecer. O nome? Não sei. É só eu não dar um e assim, talvez, eu esqueça-o.

E isso não tem nada de elementar, meu caro Holmes...

20120729

Primavera num espelho partido


              
                O Uruguai no século XX foi um dos países na América Latina que viveu sua ditadura militar, de 27 de junho de 1973, após um golpe de Estado apoiado pelo próprio presidente Juan María Bordaberry e em crise econômica já de longa data, até fevereiro de 1985. E foi sobre este cenário, no qual ele mesmo esteve presente, que o uruguaio Mario Benedetti escreveu o desconcertante e maduro romance Primavera num espelho partido.
                Santiago foi preso durante a ditadura e implacavelmente separado de sua família.  Sua esposa, Graciela, junto com sua pequena filha, acaba sendo obrigada a se mudar para a Argentina. Elas tentam reconstruir sua vida enquanto ele permanece detido. Apesar do desterro, ainda há esperanças de retorno. O tempo na cela passa de maneira bastante diferente para ele, como se o tempo tivesse parado. E ela, já não sabe mais para onde suas escolhas a levarão.
                A história se constrói no fluxo de diferentes vozes que se intercalam, incluindo o próprio autor, contando suas amargas experiências no exílio.  Há os relatos Intramuros, o imprevisível comportamento humano em Feridos e contundidos, o velho Dom Rafael, paternal e sensato, o Outro e a pequena Beatriz, esperta e que rende boas risadas com sua ingenuidade. E essa é a mistura de sentimentos e impressões que trata de contradições humanas e a busca de um sentido na vida.
                É uma boa obra porque é a história é como na vida real: as pessoas são imprevisíveis, nunca se sabe o quanto as circunstâncias podem transformar quem amamos e mesmo o amor é sujeito ao esmorecimento. Apesar dos pesares, tudo o que se pode fazer é seguir vivendo... Afinal, a primavera sempre volta.

20120727

Censura desnecessária

Foto by Jonatan Nogueira

Se puder, esqueça a censura.
Não esconda seus bons sentimentos
Não guarde seus argumentos
Fale o que for preciso

E é preciso parar com tanta auto-censura
As pessoas deixam de dizer o quanto se gostam, 
Esquecem de dizer o que importa...
Amigos deixam de se falar...
Namorados se separam pela distância e por falta de comunicação...
Temos redes sociais, 
E-mails,
SMS,
Telefone,
etc
Mas somos incapazes de sustentar uma conversa cara a cara

E todos se submetem à banalidade
Seguem mudos suas vidas
Deixam de ter voz
Calam e deixam de fazer as coisas acontecerem
Não há como mudar seu mundo para melhor
Guardando tudo para si

Afinal, não somos obrigados a ver e ouvir asneiras, e injustiças, todos os dias?
Por que não superar isso com simpatia e gentileza?
Ser gentil mesmo com as pessoas que não goste 
ou não tenham as mesmas opiniões que as suas.
Dizer para a pessoa amada o quanto ela é especial
e como é bom quando ela está perto,
Aos amigos o quão importantes eles são,
Agradecer aos pais (e aos avós) por tudo que eles fazem.

Diga mais 
EU QUERO
EU POSSO
EU VOU
TE AMO
COMO VOCÊ É LINDA
OBRIGADO
POR FAVOR
FIQUE MAIS UM POUCO
ISSO NÃO ESTÁ CERTO
DESCULPE-ME
...

Qualquer frase de bom efeito,
e pessoalmente.
Pode até não ser bem recebida, 
mas pelo menos você terá feito sua parte.
Já que o tempo não volta
e é tão curto
O pior que podemos fazer a nós mesmos é deixar uma oportunidade passar
Deixar de lutar pelo o que é certo,
Desperdiçar emoções,
Deixar de viver bons momentos.
Falar pode ser difícil, sim.
Mas censurar é pior.

É preciso:
"Sentir com inteligência,
Pensar com emoção."
(Engenheiros do Havaí, amo esses versos)

20120523

Entre ser mais fácil ou ser menos difícil, pode haver uma grande diferença.

(filosofia de chá das 5 da tarde, só que sem chá)

20120522

O jeito tosco de se perder

Embora perder-se no espaço nos mantenha ocupados,
Perder-se no tempo é como perder a si mesmo,
O tempo que perdemos é o mesmo que deixamos de viver...

Seja no ócio, no tédio...
Dormindo,
Ou na tristeza,
Desperdiçando suas emoções por outra pessoa...

Pare, pare!
Pare de perder tempo (comigo).
E não me deixe (mais) perder o meu tempo.

Não quero amor.
Só o que quero é tempo...
Todo o meu tempo de volta,
E um pouco mais.

20120416

" Saudações a quem tem coragem;
Aos que estão aqui para qualquer viagem. "

Barão Vermelho

20120329

Conte-me seus sonhos


Em Cupertino, cidade situada no que ainda hoje chamamos de Vale do Silício, três belas mulheres são suspeitas de terem cometido terríveis assassinatos:  Ashley Patterson, Allete Peters e Toni Prescotti . Trabalham na mesma empresa de informática.  Vieram de diferentes lugares, São Francisco, Londres, Roma... Homens foram encontrados mortos no vale e em Quebéc, no Canadá, de forma bruta e com mesmo modus operandi, logo após terem estado com elas. Com exames de DNA e provas das impressões digitais compatíveis, Ashley é imediatamente presa.  Mas como explicar o fato de que ela sequer tinha consciência dos crimes que aconteceram nem estava presente no momento em que ocorreram? Aí que a coisa fica séria. Ela é inocente.
Ashley é filha de um famoso cirurgião, Dr Steven Patterson, que contrata David como advogado, em troca de uma promessa feita no passado.  Apesar da dificuldade em provar a inocência de sua cliente, David descobre que ela possui um distúrbio psicológico. Com isso, ele recorre aos argumentos clínicos de renomados psiquiatras num dos julgamentos mais conturbados do país.
Escrito em  1998, Tell me your dreams  é o 16º romance do autor Sidney Sheldon. O tema inusitado torna a trama bastante interessante e nos fala de algo real, mas que não é palpável, os distúrbios psiquiátricos. Até que ponto uma pessoa é responsável pelos seus próprios atos? O que justifica um ato de agressão e em quais circunstâncias pode ser válido é uma questão presente ao longo de todo o enredo. Apesar de ser um ótimo escritor de ficção policial, com sua habilidade em cativar os leitores, nesse livro Sidney deixou bastante a desejar.  Muitos concordarão, decerto, que a justiça nesse caso foi falha. Tentando fugir de mais spoilers, não digo mais nada a respeito. Os finais não foram feitos para serem sempre felizes ou mesmo justos. Mas se a leitura é boa, a gente perdoa, não é mesmo?
O que eu ouço, eu esqueço. O que eu vejo, eu lembro. O que eu faço, eu entendo.


Confúcio

20120229

Frankenstein


        Como pode uma obra ser cativante por tanto tempo? Há gerações que a história de Victor Frankenstein é lida em muitos países. Mary Shelley a escreveu em 1818, aproximadamente, quando foi publicada em Londres, de forma anônima. No original, o livro se chamava Frankenstein or The Modern Prometheus. Atualmente, esse romance gótico é conhecido apenas pelo primeiro título e já deu origem a muitos filmes. Na edição da Martin Claret, há uma explicação da autora sobre como surgiu essa história. E vale a pena ser lida, porque nos intriga.
Muitos, como eu mesma já fiz, confundem o monstro com o verdadeiro Frankenstein, seu criador. Victor é um estudante suíço que com suas muitas pesquisas fez um experimento no laboratório baseado nos experimentos elétricos de Giovani Aldini sobre animais mortos ou vivos. Uma palavra que poderia caracterizar esse rapaz, superficialmente, seria “maluco”. Mas ele não é simplesmente isso. Seu caráter é essencialmente benigno, mas como ele foi capaz de criar um ser tão horrendo? Sua infância e família foram a melhor possível, não havia razão para tanta inquietude em seu espírito. As ciências naturais e seus mistérios foram sua obsessão desde que se conhecia por gente. A intenção era chegar ao cerne da vida, poder gerá-la e ele conseguiu. Só que ele não havia, talvez, pensado na responsabilidade que isso exigia. Frankenstein deixou sua criação à mercê de sua própria sorte.
Apesar de sua aparência desumana e seu tamanho descomunal, esse ser surgido do nada não tinha maldade alguma. Era apenas solitário. Sua má índole surgiu do desprezo (e muitos sustos) com que era recebido pelos humanos ao redor. A verdadeira causa de sua monstruosidade terá sido a sociedade insensível ao diferente ou sua origem vem de um reflexo da personalidade dúbia e fria de quem o criou, o próprio Victor?
As pessoas são boas ou más por natureza mesmo ou serão as circunstâncias que regem seu comportamento e personalidade? No enredo essa pergunta nos assalta durante seu desenrolar. Será que é as duas coisas? A resposta vem com a personagem que empresta seu nome ao título, e pode ser tanto uma quanto a outra. Mas qual resposta aceitar só dá para saber ao conhecer a história toda. Então, vá logo ler esse livro e descubra por si mesmo.

20120131

Jogando por Pizza, de John Grisham

          Um dos autores norte-americanos mais lidos lá nos EUA cujos livros costumam tratar de questões judiciárias como tema principal, não tem quem não tenha ao menos ouvido falar dele... Pois é, mas temos aqui uma mudança de foco: eis que entre as obras do charmoso John Grisham, há uma adorável, na qual entramos no mundo do futebol americano, só que na Itália! Então, isso chega a ser uma surpresa gratificante.


          O decadente quaterback na NFL americana, Rick Dockery, recebe de seu empresário a proposta de jogar uma temporada com os Panthers, de Parma, no norte da Itália. Ele já não tinha mais nada a perder mesmo e estava sendo perseguido, foi. 
          Chegando lá conhece um time simples, mas poderoso e obcecado pelo futebol. E o que move os jogadores italianos? Paixão e comida, claro. Jogam pela pizza e cerveja oferecidas depois da partida. Parma é a cidade de onde vem o Parmigiano-Reggiano, aquele querido ao qual chamamos de queijo parmesão e que vai bem com tudo que é massa. O primeiro contato de Rick com a boa comida se dá na trattoria, restaurante de famíla, do center Nino e de seu irmão Carlos, o cozinheiro, onde foi fisgado já no antipasto (o que chamaríamos de aperitivo), com prosciutto, pães, queijo parmigiano e a fabulosa combinação de vinhos para cada prato. A intensidade do vinho segue o "peso" da comida. Depois do jantar, a torta nera como sobremesa, e por fim, como de praxe, um cafezinho. 
          Os bares de lá são cafeterias, onde é comum sentar na mesa da rua, lendo jornal e tomando um bom cappuccino. Além disso, os alimentos são comprados frescos todos os dias, nas quitandas. Com o charme da Itália, seus bons vinhos e sua culinária impecável, não há como Rick resistir a ficar. Aliás, quem resistiria?
          Jogando por Pizza é um livro que a gente lê com água na boca até o fim e sempre com uma ansiedade em saber qual será o próximo prato, com a garantia ainda de umas boas risadas. Certamente, deve ser devorado e, o melhor de tudo, não dá indigestão.

20120123

2012 desafiador


      Fui convidada por uma amiga para essa brincadeira (séria), muito promissora. Achei genial e parece muito divertido. Ainda por cima, é uma maravilhosa oportunidade de conhecer autores, temas e culturas diferentes das quais já tenho contato (por mais tênue e platônico que seja, ainda assim uma relação íntima). O desafio constitui em um plano de leitura com temáticas definidas, uma para cada mês do ano, cujo objetivo é ler e fazer a resenha dos livros escolhidos. Conta também com premiações em três categorias (conforme o número de livros lidos, acima de 12 obviamente) para os melhores resenhistas. Não sei resenhar, na verdade, mas faço questão de aprender. Então, vamos que vamos!

JANEIRO
Literatura Gastronômica - tem coisa melhor para uma devoradora do que ler um livro sentindo os sabores nele presente? Não. Ótima oportunidade para a gula e para conhecer a culinária típica de lugares que não conhecemos. O ano já começou bem, então! Não vejo a hora de saborear os pratos principais...

• Jogando por Pizza, de John Grisham
• O Clube dos Anjos - Coleção Plenos Pecados: Gula, de Luís Fernando Veríssimo (reserva)

FEVEREIRO
Nome Próprio – sabe aquelas personagens cativantes e tão especiais que acabam constituindo o título da obra?  Pois é...

• Frankenstein, de Mary Shelley
• O Diário de Anne Frank - A. Frank,  versão definitiva e editada por Otto Frank e Mirjam Pressler (reserva)

MARÇO
Serial Killer - eis o gênero mais viciante da história universal: romance policial. Mas dessa vez vou dar férias à Agatha Christie e ao Sidney Sheldon, que estão entre os meus favoritos e variar...


• Conte-me seus sonhos, Sidney Sheldon.

ABRIL
Escritor(a) oriental - aqui, um convite para descortinar a terra do Sol nascente e demais países do Extremo Oriente e do sul da Ásia: mais do que aceito. Há muito tempo venho querendo essa experiência com culturas milenares.


• Voragem - Junichiro Tanizaki
• Coração Kokoro - Natsume Soseki
• A Montanha e o Rio - Da Chen (reserva)
• Bando de Pardais - Takashi Matsuoka (reserva)


MAIO
Fatos Históricos – e é até difícil de escolher, de tantas opções que eu tinha na minha lista (enoooorme)! E é o que eu mais gosto, saber coisas que aconteceram mundo afora e a partir dos seus reflexos, compreender melhor a realidade e as diferenças entre as nações.


• Primavera num espelho partido - Mario Benedetti 
• Germinal - Emille Zola
• O Grande Gatsby - F. Scott Fitzgerald

JUNHO
Viagem no Tempo – vamos pegar uma carona com os viajantes do tempo para o passado ou futuro. O presente é o futuro e o futuro já passou, então nem me importarei de não voltar.

• O Fim da Eternidade – Isaac Asimov

JULHO
Prêmio Jabuti –  o prêmio mais importante do cenário literário brasileiro. Escritores que são o orgulho do país não faltam, mas bem que podia ter mais!
• Gabriela, Cravo e Canela - Jorge Amado (1959, romance)
• Os Espiões – Luis Fernando Veríssimo (2010, romance)

AGOSTO
Terror - a maioria das pessoas por aqui não gostam desse mês, dizendo injustamente que ele é o do desgosto. Nem sei por quê, para mim é só mais uma rima. Certo que às vezes é realmente aterrorizante, e nesse ano desejo sinceramente que seja pura ficção. E para isso, só com o rei mais arrepiante de todos, melhor dosador de terror, meu bom e velho Stephen!

• A Coisa - Stephen King
• Insônia - Stephen King

SETEMBRO
Mitologia universal – aqui eu vou dar vazão a uma de minhas obssessões: as paisagens nórdicas.

• Stonehenge - Bernard Cornwell

OUTUBRO
Graphic Novel – um romance gráfico com enredos longos e complexos no formato de história em quadrinhos. Nunca li, mas aberta que sou já tenho boas expectativas. Afinal, o Miller é capaz de me fazer bem feliz uma vez que sou viciada em X-Men.


• Eu, Wolverine - Frank Miller
• A Dama Fatal (Sin City vol. 2) - Frank Miller

NOVEMBRO
Escritores africanos - oba!!! Será um grande prazer estreitar os laços, em todos os aspectos.


• Terra Sonâmbula - Mia Couto.
• O último vôo do flamingo - Mia Couto
• Verão - John Maxwell Coetzee (reserva)
• Desonra - John Maxwell Coetzee
• Homem Lento - John Maxwell Coetzee
• A Arma da Casa - Nadine Gordimer
• Estação das Chuvas - José Eduardo Agualusa
• O Vendedor de Passados - José Eduardo Agualusa (reserva)

DEZEMBRO
Poesia - eis tudo o que eu sou, vivo e respiro. Viver é uma arte e expressá-la com sentimento é o que há! Não se prenda. Se eu fosse me guiar só pelos poetas que gosto, o mês não teria fim, fato! Vou apenas tirar algumas pendências e aproveitar para conhecer o tão citado Withman nos filmes e outras obras que eu vejo por aí.

• A Barcarola - Pablo Neruda
• O Coração Amarelo - Pablo Neruda
Folhas de Relva - Walt Withman

Aproveitando que a publicação da lista não é obrigatória, ressalto que a minha está sujeita a alterações, conforme disponibilidade dos títulos e de tempo (e de dinheiro...).

O link do dito cujo, para que vocês fiquem tentados, claro:  http://desafioliterariobyrg.blogspot.com

20111228

Mim pra quê?

- Recebi uma mensagem. É pra mim ligar... 
- Mim não liga, mim não faz nada!
- Tá bom, tá bom. Pra EU ligar.
- Assim está melhor.
- Mas, para que existe esse mim, então?
- Para que tu possas dizer coisas a mim.
Ambas abrem um sorriso.

Simples assim... 

20111102

Nossa inequação

Um Quociente apaixonou-se
Um dia
Doidamente
Por uma Incógnita.

Olhou-a com seu olhar inumerável
E viu-a, do Ápice à Base...

Uma Figura Ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide,
Corpo ortogonal, seios esferóides.

Fez da sua
Uma vida
Paralela à dela.

Até que se encontraram
No Infinito.
E assim se amaram
Ao quadrado da velocidade da luz.

Numa sexta potenciação
Traçando
Ao sabor do momento
E da paixão
Retas, curvas, círculos e linhas sinoidais.

E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.

Ofereceu-lhe, a ela,
Uma Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um Denominador Comum.

Ele, Quociente, percebeu
Que com ela não formava mais Um Todo.
Uma Unidade.

Era o Triângulo,
Chamado amoroso.
E desse problema ela era a fracção
Mais ordinária.
Trechos de Poesia Matemática, Millôr Fernandes

20110623

          É preciso viajar por si, com seus olhos e pés para entender o que é seu. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Viajar para lugares que não conheça para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos e simplesmente ir ver. 
(adaptado) Amyr Klink.