20120229

Frankenstein


        Como pode uma obra ser cativante por tanto tempo? Há gerações que a história de Victor Frankenstein é lida em muitos países. Mary Shelley a escreveu em 1818, aproximadamente, quando foi publicada em Londres, de forma anônima. No original, o livro se chamava Frankenstein or The Modern Prometheus. Atualmente, esse romance gótico é conhecido apenas pelo primeiro título e já deu origem a muitos filmes. Na edição da Martin Claret, há uma explicação da autora sobre como surgiu essa história. E vale a pena ser lida, porque nos intriga.
Muitos, como eu mesma já fiz, confundem o monstro com o verdadeiro Frankenstein, seu criador. Victor é um estudante suíço que com suas muitas pesquisas fez um experimento no laboratório baseado nos experimentos elétricos de Giovani Aldini sobre animais mortos ou vivos. Uma palavra que poderia caracterizar esse rapaz, superficialmente, seria “maluco”. Mas ele não é simplesmente isso. Seu caráter é essencialmente benigno, mas como ele foi capaz de criar um ser tão horrendo? Sua infância e família foram a melhor possível, não havia razão para tanta inquietude em seu espírito. As ciências naturais e seus mistérios foram sua obsessão desde que se conhecia por gente. A intenção era chegar ao cerne da vida, poder gerá-la e ele conseguiu. Só que ele não havia, talvez, pensado na responsabilidade que isso exigia. Frankenstein deixou sua criação à mercê de sua própria sorte.
Apesar de sua aparência desumana e seu tamanho descomunal, esse ser surgido do nada não tinha maldade alguma. Era apenas solitário. Sua má índole surgiu do desprezo (e muitos sustos) com que era recebido pelos humanos ao redor. A verdadeira causa de sua monstruosidade terá sido a sociedade insensível ao diferente ou sua origem vem de um reflexo da personalidade dúbia e fria de quem o criou, o próprio Victor?
As pessoas são boas ou más por natureza mesmo ou serão as circunstâncias que regem seu comportamento e personalidade? No enredo essa pergunta nos assalta durante seu desenrolar. Será que é as duas coisas? A resposta vem com a personagem que empresta seu nome ao título, e pode ser tanto uma quanto a outra. Mas qual resposta aceitar só dá para saber ao conhecer a história toda. Então, vá logo ler esse livro e descubra por si mesmo.

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