20090814

(restaurante do) Senado = más (di)gestões

Engolimos e digerimos cada palavra temperada com os escárnios, os insultos e a impunidade do plenário do Senado.Há muito que comemos os pratos dessa espelunca.A pizza é o pior deles.Nos causa a pior indigestão até agora.Estamos prestes a vomitar.Logo, logo, nas próximas eleições, os pizzaiolos vão lamentar, e muito(dependendo de nós), a mancha do vômito que ficará para sempre no lugar de seus fornos.

Política subjetiva?



Em política não deveria ser cultivada a subjetividade...
...e muito menos contradições de dados. Mas é o que acontece sempre nessa rotina de politicagem impassível.  Tomemos como uma das provas disso a acusação, com cara de implicância, da ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, contra a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef.
O meu velho mini Luft, de quando eu também era mini, conserva muito bem o significado da palavra, que foi usada no suposto pedido para aceleração de investigações do fisco das empresas de Fernando Sarney, de Dilma à ex-secretária:
a.ce.le.rar - 1.Tornar célere; aumentar a velocidade. 2.Tomar velocidade; apressar-se.
Significa isso, e nada mais. Interpretar como encerrar é um erro tremendamente tolo. Não tem essa de brincar de mensagem subliminar. Então não interessa a possibilidade de uma indireta, seu dever é investigar, e tratando-se de justiça, tem de ser rápido mesmo. A frase foi clara e objetiva e, portanto, não havia o que questionar. Mas, sim, seguir adiante, não perder tempo, e ignorar insinuações que pudessem existir.
Entretanto, como que para intrigar-nos ainda mais, eis que que Lina teve que fazer alarde e, em contrapartida, Dilma teve que negar. E a imprensa só repassa as cenas.
E os espectadores acabam sempre incrédulos, por falta de fatos. Não há comprovação que os permita decidir qual o ato que antecede a cena da verdade e suas consequencias, que é à qual gostariam de assitir.

20090805

Difundida


Eis que me espalho. E sempre me espalharei.
Isso porque as circunstâncias ao meu redor desabam sobre minha mente (e, também, meu coração).
A cada coisa que guardo do mundo, um pedaço de mim se solta.
Como se, não podendo mudar tudo o que foi vivido, os fragmentos guardados substituíssem as partes feridas por consequencias mundanas.

20090803

Las cosas

Foto: Emergency, Cig Harvey.
Amo las cosas loca, locamente.
[...]

Yo voy por casas,
calles,
ascensores,
tocando cosas,
divisando objetos que en secreto ambiciono:
uno porque repica,
otro porque es tan suave
como la suavidad de una cadera,
otro por su color de gua profunda.
otro por su espesor de terciopelo.
Oh río irrevocable de las cosas,
no se dirá que sólo amé
lo que salta, sube, sobrevive, suspira.
No es verdad:
muchas cosas
me lo dijeron todo.
No sólo me tocarono las tocó mi mano,
sino que acompañaron
de tal modo mi existencia
que conmigo existieron
y fueron para mí tan existentes
que vivieron conmigo media vida
y morirán conmigo media muerte.
Oda a las cosas, Pablo Neruda
Encontrei essa ode hoje, por acaso.Ah, tem muito a ver com minha mania de guardar objetos, mesmo que velhos.Guardo tudo. Sou apaixonada por livros, roupas, sapatos, chapéus, câmeras, fotos, quadros, óculos, chaveiros, frascos, copos, canecos, agendas, canetas, relógios, folhas, penas, asas de borboleta, árvores, pedras, cordões, metais, moedas, bolas, sabonetes, pastas, caixas, vidro, janelas, portas, batons, gloss, cadeiras, sofás... Deixo estes trechos aqui para exaltar ainda mais o meu amor pelas coisas que coleciono, que troquei, que fizeram parte de um dia especial, que caíram nas minhas mãos... e claro, para os meus amigos que tanto me ouvem adorando alguns de seus objetos, e implorando por eles, para que compreendam =) E, agora, fico com o desejo de conhecer as 3 casas de Pablo Neruda, no Chile, atulhadas de coisas cheias de história, e fazer como ele fizera com sua última casa: cobrar de cada visita um presente.Não deixa de ser uma ótima idéia...